quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Bate-papo artesanal #3 – Eu não dou conta!

Não dou conta de fazer tudo o que preciso no dia.
Não dou conta de costurar tudo o que eu gostaria.
Não dou conta de cuidar da casa como precisaria.
Não dou conta de postar em todas as redes sociais.
Não dou conta de acompanhar as publicações das amigas.
Não dou conta de mostrar todos os dias os produtos da lojinha.
Não dou conta de postar repetidas vezes que chegaram cores novas de zíper de metro na lojinha virtual (risos).
Não dou conta de contar pra quem não sabe, que tem botões de pressão redondo e de coração na lojinha.
Também não dou conta de contar que ainda tem tecidos bacanas na loja virtual, a preços bem legais. :)


Não dou conta de mais um monte de coisas, amigas.
Mas sabe de uma coisa?
Viver correndo atrás do tempo é cansativo demais, e chegar ao fim do dia, todos os dias, com a sensação de que não fez nem a metade das tarefas que se propôs a fazer naquele dia, é um fardo mortal.
Não, a gente não precisa viver assim. Se o seu problema é falta de organização ou desperdício de tempo em algo improdutivo, bora se animar pra fazer uma lista das prioridades e cortar o que rouba seu tempo inutilmente.
Mas se você já faz isso e mesmo assim não dá conta, está na hora de cortar as "prioridades" que não são prioridade.
E sabe o que mais? Ser feliz e ter um coração grato pelo que tem e é no momento, vai tirar uma grande parte do fardo dos seus ombros.
Se você é mãe e não consegue costurar tudo o que gostaria hoje, desencane. O que é prioridade? Aproveite cada fase do crescimento de seu filho, pois isso não volta e não tem preço.
Se você tem pais velhinhos e precisa cuidar deles, não tendo tempo para costurar, cuide, ame e deixe a costura para depois, sabendo que está fazendo o melhor. As pessoas são mais importante que as coisas.
E se você está com um problema de saúde que te impede de fazer o que gostaria, cuide de sua saúde agora. A vida não volta, priorize-a.
"Ah, o meu negócio não vai pra frente, meu trabalho é muito mais caprichado que o da fulana, mas ela vende horrores e eu, que não sou conhecida, quase não vendo."
Eu sei que a gente ama costurar e quer vender nossos produtos. Mas você é feliz costurando ou vendendo? Então aproveite aquele momento em frente à máquina de costura, fazendo o que ama. E tenha paciência, siga seu ritmo, pois um trabalho bem feito terá seu reconhecimento, mais cedo ou mais tarde.
Se você gastar muito tempo nas redes sociais olhando o tanto que as outras conseguem fazer e você não, o desânimo vai bater com força. Então, foque no que realmente é prioridade, concentre-se no que estiver fazendo, com alegria e gratidão a Deus pelo que Ele te dá hoje. Os dias não são todos iguais. Por isso é melhor vivê-los um de cada vez. :)

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Bate-papo artesanal #2 – Compre de quem faz!

Você provavelmente já viu essa campanha bacanuda pelas redes sociais,  com a hashtag #compredequemfaz, certo? Já faz um tempo que essa campanha se iniciou, com a intenção de incentivar as pessoas a valorizar o artesanato e, logicamente, comprar produtos artesanais em vez de industrializados, especialmente nas datas comemorativas. Afinal, um produto artesanal é único, exclusivo, personalizado, feito com amor e tudo mais que se encaixa nesse mundo maravilhoso do feito à mão.
Legal. É tudo o que queremos: que nosso trabalho seja valorizado!
Mas e você, artesã? Você compra de quem faz? Você valoriza o trabalho de seus colegas, ou seu pensamento imediato, ao ver uma peça linda e encantadora, é a de querer fazer igual?
Veja bem, não tem nada de errado admirar lindos trabalhos e querer aprender a fazer. Mas se você não sabe apreciar e valorizar o trabalho de seu colega, como quer que as pessoas valorizem o seu?
Infelizmente, o que mais vemos hoje em dia são artesãs pipocando fotos de peças (sem se dar ao menor trabalho de pesquisar quem fez) querendo o passo-a-passo, o molde, a ideia, enfim... querendo fazer igual e ponto final. Não interessa quem fez. Não interessa se o trabalho é caprichado e digno de ser divulgado com os devidos créditos; o que interessa é se tem PAP, se tem projeto, se tem molde.
Amamos dizer que o nosso trabalho tem o nosso toque pessoal, e que a pessoa que recebe a peça, recebe também nosso carinho e amor, já que cada artesão é único, e cada peça é única. E de fato é assim. Então, por que não prestigiamos nossas colegas comprando aquela peça que ficamos boquiabertas ao vê-la? “Ahhhh, ela cobra muito caro, eu sei costurar, essa peça eu descubro como faz e eu mesma faço. Ou eu vou pedir para aquela que faz lives de graça, pra ensinar pra gente.” Olha aí você desvalorizando seu próprio trabalho, amiga! Se você mesma pensa assim, como quer que as pessoas pensem diferente? Se você, que faz e sabe o trabalho que dá, não valoriza o trabalho da colega, como quer que valorizem o seu?
Eu considero uma honra ter uma peça de uma colega que admiro! Como já disse algumas vezes, sou muito exigente e perfeccionista em meus trabalhos, e é claro que trabalhos caprichados e com acabamento impecável me chamam a atenção. Admiro! E quando posso, compro!
Não estou dizendo para você sair comprando todos os trabalhos lindos que vê por aí, ninguém tem bolso pra isso hoje em dia. Mas se você viu um trabalho, se apaixonou e tem condição naquele momento (ou quem sabe mais pra frente, fazendo umas economias), prestigie sua colega artesã. Compre de quem faz!
Faça valer a hashtag #comprodequemfaz tanto quanto a #compredequemfaz.


Ah! Essa bolsa linda da foto acima foi feita pela Simone Oliveira. Fiquei vários meses admirando as bolsas que ela faz, até que numa boa oportunidade, comprei. É linda, caprichada, feita com amor, e sinto orgulho de poder desfilar por aí com uma peça feita por uma colega que admiro.
:)

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Bate-papo Artesanal #1 - Seu trabalho é efêmero?



Já reparou como tudo em nossos dias atuais leva à efemeridade? A palavra pode ser difícil, mas está presente em tudo ao nosso redor.
Antigamente comprávamos as coisas para durar. Hoje pagamos baratinho por algo xing-ling e amanhã compramos outra coisa, já que o de ontem não é mais novidade.
Antes os blogs eram a sensação, podíamos escrever longos textos e eles ficavam ali, arquivados bonitinhos, em ordem, e facilmente localizáveis. Podíamos voltar a lê-los quando quiséssemos. Hoje temos o Facebook, onde recebemos uma avalanche de informações a cada segundo na timeline, e se você quiser ver novamente algo que passou há um minuto na sua frente (e não se lembrar quem foi que postou), esqueça. Já foi, é passageiro, não volta mais. É transitório, efêmero.
E o nosso trabalho artesanal, como é? Será que tem algum valor duradouro? Nosso trabalho é lembrado ou temos que nos esforçar diariamente pra não sermos esquecidos ou substituídos pela próxima novidade? São lives infinitas, tutoriais gratuitos, vídeos no youtube e uma disputa desenfreada pelo reconhecimento nessa selva cibernética em que vivemos hoje.
Por favor, não me entenda mal. Não estou criticando as pessoas que assim o fazem, e lutam pelo seu reconhecimento. Tudo ao nosso redor praticamente nos obriga a isso, caso queiramos viver desse trabalho que tanto amamos.
E então chegamos nesse estado, onde diariamente corremos contra o tempo para fazer o nosso trabalho e postar nas trocentas mídias sociais que fazemos parte, esperando sermos vistos e reconhecidos. Sim, pois quando nosso trabalho é reconhecido, nós somos reconhecidos, e nada mais justo, quando trabalhamos com amor, dedicação e honestidade. Mas como cansa, hein? Essa efemeridade cansa. O que é novidade hoje, amanhã não é mais. Nada satisfaz a ninguém. Nada é duradouro.
Experimente ficar 1 mês sem postar em suas redes sociais. Talvez as pessoas mais próximas sintam falta, mas a maioria vai te esquecer rapidinho. E como estamos falando do nosso trabalho, logo ele será esquecido e substituído pela live da fulana, pelo grupo da sicrana, pela novidade de amanhã, de depois de amanhã...
Minha reflexão não é sobre as pessoas ou as ações em si, mas sim sobre nossas atitudes automáticas nesse mundo sem valores em que vivemos hoje, em que tudo passa muito rápido, como um sopro. Não assimilamos, não mastigamos as informações, não temos tempo para pensar e refletir, e assim como nós sempre queremos novidades, temos que trazer novidades para prender nosso público sempre, sempre e sempre. Porque se você não o fizer, será engolido e esquecido.

Nesses vários anos em que vivo no mundo do artesanato, muitas coisas mudaram e continuam mudando. Mas procuro cultivar algumas referências que guardo carinhosamente na memória, lembrando sempre da pessoa que fez/faz determinado trabalho, não apenas do trabalho dela em si. Quando comecei a costurar, em 2009, passei a admirar o trabalho de algumas artesãs, os que eu mais me identificava, seja pelo capricho, pelo estilo, pelo acabamento. E passei a respeitá-las não só como profissionais, mas como pessoas. Talvez algumas delas não estejam mais na ativa, acompanhando esse ritmo frenético e efêmero do mundo atual, mas ainda as admiro. São referência para mim. E se eu vir uma foto de um trabalho delas por aí, vou reconhecer, ainda que esteja sendo compartilhada a rodo por pessoas interessadas apenas em "como faz", dando os fajutos "créditos à artesã" que elas nem imaginam quem seja.
Que o senso de valor seja renovado na vida da gente. As facilidades estão aí, a um clique. Mas respire mais fundo, não fique na superficialidade. Procure o conhecimento sim, pois sempre temos o que aprender. Mas não seja oportunista, querendo tirar proveito de tudo e de todos. Valorize. E demonstre isso de vez em quando, pois faz um bem danado ao coração.
Afinal, por trás de toda essa parafernália virtual, existem seres humanos. :)

domingo, 4 de junho de 2017

Vamos falar de acabamento?

Sou perfeccionista, admito.

O universo da costura criativa é enorme, e as mídias sociais pipocam fotos de artesanato.
Não sei você, mas eu, quando bato o olho numa foto, a primeira coisa que me chama a atenção negativamente é uma peça torta (devido à costura torta internamente), viés mal costurado, pesponto fazendo caminho de rato, pesponto com sequência de pontos grandes e pontos pequenos (devido às muitas camadas de tecido e a máquina não tem força pra "andar" normalmente), etc, etc, etc. Ou seja, o acabamento.

Vamos concordar que uma peça super bem feita e uma foto mal feita não ajuda muito na divulgação do produto. Mas uma foto bem feita de um produto mal acabado não resolve o problema, também.

Existe artesanato e artesanato. Existem precinhos "de banana", de quem faz correndo e mal feito, pra clientes que só querem precinho, sem se importar com a qualidade. Existem preços justos pra clientes exigentes que valorizam o bem feito.

Obviamente que ninguém nasce sabendo, então, se você está começando e sua costura ainda não sai retinha, não desanime. Não tenha pressa em terminar. Faça com calma e desmanche quantas vezes forem necessárias até sair bem feito. E, acima de tudo, valorize as horas investidas no trabalho. Dê o seu melhor! Te garanto que a satisfação é enorme.


Beijos,
Vivi

quinta-feira, 18 de maio de 2017

A nova loja virtual está no ar!

Finalmente a lojinha virtual está no ar, com novidades!!

Os tecidos ainda estão sendo inseridos aos poucos, e logo estarão todos disponíveis.

Agora tudo é novo! Então nossos clientes precisam fazer o cadastro novamente (que é super rápido), e se inscrever na newsletter para receber as novidades por e-mail, ok?


Espero vocês lá!
Vivi

sábado, 15 de abril de 2017

Novas Costurices no atelier

Depois de alguns anos me dedicando à loja de tecidos, neste ano o atelier volta à ativa. Aos poucos, no meu ritmo, o barulhinho da máquina de costura voltou para alegrar os meus dias.

Estou criando peças novas e colocando em prática projetos antigos que estavam apenas na mente e agora foram para o papel e estão indo para os tecidos. Oba!

Também resolvi encarar novos desafios, e o primeiro foi o bendito do viés costurado à máquina. Eu já usava viés pronto em minhas peças, mas apenas para acabamento interno. Para acabamento da parte de fora das peças, sempre usei o viés feito de tecido com acabamento à mão, com pontinhos invisíveis. Sou muito perfeccionista, e os pontinhos invisíveis dão um acabamento primoroso, mas toma muito tempo e não é dado o devido valor ao tempo gasto. Como preciso otimizar meu tempo, resolvi encarar o viés à máquina.



Estou testando várias formas de costurar o viés. Relutei um pouco em usar o viés pronto, pois a trama costuma ser muito aberta, mas o resultado foi bem satisfatório para a peça que estou criando.
Ainda estou testando o viés de tecido que a gente faz cortando o tecido a 45 graus. Mas as partes arredondadas requerem ainda muito treino.
Aos poucos vamos aperfeiçoando, não é mesmo?

E você, tem habilidade com o viés ou ainda é um bicho de sete cabeças?

Vivi